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PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA
I- PROLEGÔMENOS
Na ciência da Administração acerca de liderança nas organizações muitos pesquisadores concordam com algumas características, como sendo importantes para se exercer uma liderança efetiva, que são: consciência, disposição, inteligência, autocontrole, sociabilidade e abertura a novas experiências, entre outros. Contudo e felizmente, isso não é consenso no meio acadêmico e estudiosos da área de Gestão de Pessoas optam por privilegiar a chamada liderança situacional afirmando que qualquer pessoa pode influenciar outras. Entre as várias teorias têm-se, por exemplo, a chamada visão clássica de liderança, na qual o líder seria uma pessoa que age para cumprir critérios de desempenho com o objetivo de alcançar metas; sua atenção centra-se nas necessidades e anseios da organização, deixando para depois as necessidades do grupo.
Têm-se ainda os chamados “estilos de liderança” os quais podem de forma sucinta ser classificados em liderança estratégica, liderança gerencial e liderança visionária das quais podemos inferir que os lideres estratégicos são os que “sonham” e tentam concretizar seus “sonhos”, atuando como uma combinação positiva do líder gerencial que nunca para de sonhar, e do visionário que apenas sonha; existem ainda as classificações em líder autoritário (aquele que determina as ideias e o que será executado pelo grupo, cabendo a este acatar os sonhos, desejos, objetivos e metas daquele; o líder indeciso (aquele que não assume responsabilidades e não toma direção efetiva, vive no jargão “deixa como está, para ver como é que fica", gerando insegurança, insatisfações e atritos entre os componentes da equipe; o líder democrático (aquele que atenta para a participação do grupo, estimulando e orientando, aceitando e ouvindo as opiniões, sugestões e visões do grupo; o líder liberal ou laissez-faire (aquele que participa o mínimo possível do processo decisório, deixando que o grupo decida e muitas vezes fazendo com que o grupo se perca por falta de direção; o líder situacional (aquele que adota seu estilo de liderança conforme as qualificações do grupo e da tarefa a ser desenvolvida, apresentando um estilo para cada situação; e o líder emergente (aquele que surge e assume o controle por reunir as habilidades para conduzir o grupo aos objetivos diretamente relacionados a uma situação especifica).
Por fim têm-se teorias como a dos traços (teoria do grande homem) a qual valoriza os aspectos físicos, buscando identificar traços de personalidade que caracterizam o líder; a teoria comportamental em que se trabalham os estilos de liderança autocrática, liberal (laissez-faire), democrática e busca identificar o tipo de comportamento que caracteriza o líder e a teoria contingencial (situacional) que busca entender se o líder é capaz de desempenhar essa função em qualquer situação ou apenas em situações particulares, para a qual sua personalidade se adéqua.
II- O QUE VEM A SER UM LÍDER
Deus está procurando pessoas obedientes a fim de levantá-las como líderes dentro e fora da congregação. “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.” (Ez 22.30).
O líder é uma pessoa consciente do seu papel na liderança, sabe que está à frente de um determinado trabalho e que tal trabalho foi-lhe confiado por Deus. Também é consciente de que exerce forte impacto e grande influência na vida de seus liderados. Contudo, tal influência deve ser exercida de forma espontânea. Deve ser algo natural. Um líder é alguém que vê as necessidades e dificuldades de seus liderados, sendo sensível para com eles. Dessa forma, procura, dentro de suas habilidades, ajudá-los a transpor os obstáculos; demonstrando um apreço genuíno, como um amor de pai para filho. Afinal de contas, o trabalho foi designado por Deus e o líder é um mero gestor da maravilhosa obra de Deus.
“Para que uma pessoa seja líder ela tem de ter seguidores; para que tenha seguidores ela tem de ter a confiança deles. Assim sendo, a primeira qualidade de um líder é a integridade. Sem integridade, não é possível obter sucesso na liderança. Se os liderados de uma pessoa descobrem nela falsidades ou hipocrisias, se percebem que nela falta integridade direta, este líder fracassará em seus objetivos. Toda a influência que o líder vem a possuir, deve primeiramente ser por ele reconhecida que lhe foi concedido por Deus. Cristo disse: “Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Sem Jesus Cristo, o líder nada pode. “O exemplo máximo de liderança é Jesus Cristo. Seu grupo era constituído por doze, incluindo um que duvidou, outro que negou conhecê-lo e ainda outro que o traiu entregando-o aos assassinos. No entanto, com este pequeno grupo, Jesus Cristo mudou o mundo”
O verdadeiro líder não pode agir como um ditador, impondo regras e determinando obrigações. Ele não pode chegar com a palavra e dizer o que deve ser feito, mas sim procurar incutir nas mentes de seu grupo que tais componentes devem participar contribuindo com a elaboração dos projetos, dos planos, das metas, etc, ou seja, o líder deve sempre buscar desenvolver os talentos de seus liderados, preparando-os para que um dia também sejam líderes (pessoas influenciadoras). O líder deve, no entanto, ter a consciência de que deve sempre estabelecer metas, bem como os meios necessários para atingi-las. Para isso, uma boa comunicação é fundamental. O líder deve ser alguém que saiba se comunicar; deve dizer exatamente o que pretende e como pretende. Se uma boa comunicação é imprescindível para se atingir as metas desejadas, a motivação é a chave para se atingir os objetivos. Dessa forma, o líder deve manter-se motivado e buscar motivar seu grupo, elogiando e fazendo referências às conquistas e apontando as falhas e insucessos do grupo. Quando o trabalho é bem executado, deve-se dar crédito às pessoas por isso, contudo fazendo-se os devidos apontamentos quando o trabalho não acontece.
Líderes efetivos nunca dizem “eu”, não pensam “eu”. Dizem “nós”. Pensam na “equipe”. Aceitam responsabilidades e não se evadem. Há uma identificação da tarefa com o grupo. Isso é o que cria a confiança e motivação para que a tarefa seja realizada com efetividade.
Como um Líder Deve ser Conhecido
O líder cristão deve buscar ser uma pessoa conhecida por meio de seu caráter irrepreensível, capacidade de oração e dependência de Deus; alguém que diariamente busca auxílio em Deus, recorrendo sempre ao Senhor para compreender as limitações de seus liderados e exercer sua liderança de forma efetiva e impactando positivamente seus liderados. Líderes devem tornar-se pessoas fervorosas em oração; que vivem conforme a Palavra e, através disso, exortar seus liderados a caminharem conforme seu modo de agir e de falar, entre outros, pois o seu proceder fará com que pessoas sintam o desejo de fazer o que a Palavra de Deus diz.
III- LIDERANÇA ESPIRITUAL
“Exercer liderança consiste na capacidade de reconhecer as habilidades e as limitações dos outros, associada à capacidade de inserir cada pessoa dentro do serviço que desempenhará melhor”.
Liderar é uma tarefa árdua e de responsabilidade tremenda. Liderança espiritual é uma responsabilidade maior ainda. O líder deve ser o exemplo, seus liderados devem correr juntamente com ele na área espiritual e, acima de tudo, de maneira espontânea (1Pe 5.1-4), estando certo de que um dia prestará contas por sua liderança (Hb 13.17). Isso faz com que os líderes sejam pessoas que necessitam andar com Deus para que os eventuais e inevitáveis erros cometidos durante sua liderança não sejam causas de desgraças na vida dos liderados.
O líder genuíno, exerce liderança espiritual, confia em Deus e obedece aos Seus mandamentos e preceitos. A liderança espiritual é concedida por Deus, mediante ação do Espírito Santo na vida daquelas pessoas às quais Deus chama para executar sua obra.
Liderança é a capacidade de influenciar pessoas. Com isso, o líder necessita procurar influenciar a congregação a buscar cumprir os intentos de Deus, desenvolvendo os talentos e transformando as vidas de seus liderados.
Transformar a vida de outros deve ser um grande prazer para o líder, sobretudo porque ele vê o seu suor sendo frutificado; além de contemplar a Pessoa de Cristo sendo formada na vida do liderado. Grandes líderes influenciam seus liderados a irem aos lugares que nunca iriam por conta própria e a fazerem coisas que nunca pensariam que fossem capazes de fazer. É função dos líderes alimentar e guiar.
Salmo 78.72: E ele os apascentou consoante a integridade do seu coração e os dirigiu com mãos precavidas.
IV- HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NA VIDA DO LIDER
1. Habilidades Espirituais
É imprescindível que o líder viva em comunhão com o Espirito Santo de Deus a fim de que seus pensamentos sejam inteiramente de Deus (2Cr 16.9). Sendo assim, o líder deve desenvolver habilidades a fim de ser uma pessoa que procura com intensidade possuir uma elevada sensibilidade espiritual, pois dessa forma seus ensinamentos e procedimentos serão conforme a Palavra de Deus e, por conseguinte, não haverá o caso de um membro chegar diante dele para o acusar de não estar praticando o que prega ou não estar cumprindo determinado preceito da Palavra de Deus.
Tem-se na vida de Daniel um grande exemplo: ele era irrepreensível, não havia nada que as pessoas pudessem falar com relação a faltas em sua vida. Sendo assim, seus inimigos tentaram achar algo para acusá-lo na lei de Deus. Nada encontraram. Por fim, tiveram que fazer algo para que ele viesse a cair, mas sua vida espiritual era tão elevada que mesmo diante do decreto do rei, ele não sucumbiu. Sua firmeza espiritual foi o seu segredo (Dn 6).
2. Habilidades Morais
Os líderes devem desenvolver uma vida transparente, isso não deve ser por medo dos liderados, mas sim pelo temor diante de Deus; por querer agradá-lo. Nas Escrituras, têm-se em José um exemplo do padrão moral que o líder deve ter. José se recusou a ter relações sexuais com a mulher de Potifar, não por temer a Potifar, mas por temer cometer tamanho pecado diante de Deus (Gn 39.7-21). Ter uma vida moral reta é algo que não tem preço. Tendo uma vida transparente perante Deus e seus liderados, o líder transmitirá uma visão clara de seus objetivos e conquistará o apoio de seus liderados. Líderes com problemas em sua vida moral, terão uma visão meramente capitalista do ministério e não agirão com a consciência de que uma alma não tem preço. Além disso, o líder deve ser uma pessoa respeitadora que não se tem com o que a possam acusar (Lc 1.5,6); uma pessoa irrepreensível, não tendo de que se envergonhar em tudo quanto faz, haja vista o fato de suas ações vergonhosas e condenáveis aos olhos da congregação poderem vir a ser reproduzidas na vida dos membros da congregação, vindo a envergonhar o bom nome do Cristo ao qual todo cristão representa.
Por fim, a moral do líder deve ser exemplar e evidenciada por sua devoção a sua esposa (1Tm 3.2; Tt 1.6), não traindo-a ou desonrando-a pelo fato de ser mais frágil.
3. Habilidades pessoais e quanto ao seu modo de viver
Cada líder tem a sua própria personalidade. Ninguém é igual a ninguém. Porém há habilidades pessoais que cada líder deve buscar desenvolver com mais diligência, a fim de mortificar as obras da carne e avivar os frutos do Espirito em seu ser.
Gl 5:19-26 Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.
Além disso, o líder deve desenvolver a habilidade de sonhar com a restauração de vidas, o avanço da obra e o desenvolvimento e expansão da congregação local, estabelecendo alvos para si mesmo, bem como para seus liderados e congregação (Rm 12.3; Fp 3.14).
4. Habilidades quanto ao seu ofício
4.1. Hospitaleiro: O líder deve demonstrar a sua bondade e dar exemplo para com todos no sentido de ser um bom hospedeiro em sua própria casa (Rm 12.13; Hb 13.2; 1Tm 3.2; Tt 1.8);
4.2. Apto para Ensinar: O líder precisa desenvolver a boa vontade para ensinar, pois entre os crentes sempre haverá a necessidade de ensino e tal oportunidade não deve ser de forma alguma negligenciada pelo líder que deve procurar aproveitá-la ao máximo, dispondo-se sempre a ensinar aos outros e treinar seus liderados (1Tm 3.2; Tt 1.9).
5. Habilidades quanto às suas atitudes:
5.1. Não Dado ao Vinho: O líder deve procurar desenvolver o domínio próprio e evitar ao máximo os apetites carnais (1Tm 3.3; Tt 1.7);
5.2. Não Violento: O líder não deve descarregar seus problemas ou anseios e dificuldades sobre outrem (1Tm 3.3; Tt 1.7);
5.3. Cordato: O líder deve desenvolver uma natureza calma, prudente e com bom senso e moderação em sua forma de agir (1Tm 3.3; Tt 3.2);
5.4. Avesso e Contendas: O líder deve depreciar intrigas e “competições” dentro da congregação, pois dessa forma minimiza rivalidades e contendas (1Tm 3.3; 1Co 1.11; 3.3).
5.5. Não Avarento: O líder deve desenvolver a habilidade de não ser dominado pela avareza e não ter apego demasiado ou sórdido pelo dinheiro.
(Mt 6:21) Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
5.6. Governar bem sua própria casa e criar seus filhos sob a direção de Deus: A sua autoridade deve ser moral (dando o exemplo em tudo) e espiritual, orientando sua casa conforme os preceitos estabelecidos na Palavra de Deus (1Tm 3.4);
5.7. Respeitador: O líder deve desenvolver com diligência essa habilidade, pois sua falta de respeito ao próximo pode causar transtornos à congregação e vergonha ao bom nome do Senhor Jesus Cristo (1Tm 3.4);
5.8. Esforço no ofício: O líder deve esforçar-se no desempenho de seu serviço, esmerando-se constantemente para chegar à estatura de varão perfeito, pois o líder que não demonstra zelo e diligência no exercício do seu ministério não será de forma alguma bem sucedido em seu proceder;
5.9. Desenvolver os dons: O líder deve buscar desenvolver os dons que Deus lhe deu. O crente tem a responsabilidade de usar e desenvolver o seu dom, nas parábolas das dez minas (Lc 19.11-27) e na dos talentos (Mt 25.14-30) vemos uma ilustração clara dessa verdade;
5.10. Meditar na Palavra de Deus: O líder deve buscar meditar constantemente na Palavra de Deus para que seu entendimento se abra com o auxílio do Espírito Santo e a todos seja manifesto o poder da Palavra;
Hb 4:12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
V- CONHECENDO AS QUALIDADES DE LIDERANÇA DO LÍDER
Deus está procurando por pessoas desejosas por contribuir com o avanço da obra e a transformação de vidas. Deus procura líderes que tenham o coração voltado para Ele e para Sua maravilhosa obra. Pessoas cujo coração é do Senhor. O apóstolo Paulo, aconselhando a Timóteo (1Tm 4.6-16), nos deixou as especificações para o ministro que Deus está procurando, o bom ministro de Cristo e os meios para se chegar a tal. O líder deve desenvolver características ímpares que o colocam como um legítimo representante do Senhor Jesus Cristo. É claro que existem muitas outras qualidades que um líder deve desenvolver, mas nós abordaremos as seguintes a título ilustrativo:
1. Integridade: O líder deve ser íntegro em tudo o que faz. Integridade requer um bom caráter. Para que um líder seja íntegro, ele deve ser sincero e tal sinceridade deve ser evidenciada em seu viver diário.
2. Determinação: Significa não ter receios em executar seus planos. O líder deve possuir determinação para executar a obra de Deus; para enfrentar e buscar solucionar os problemas na congregação; para iniciar trabalhos, e tudo quanto mais é possível. Quando o Senhor Jesus disse “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos”, Ele evidenciou a necessidade de não sermos desviados da nossa meta real e importante, mesmo em situações de emergência que possam solicitar a nossa atenção (Mateus 8.22);
3. Sabedoria: Sabedoria envolve a percepção do coração humano; é saber realmente como as coisas são. “O conhecimento é obtido pelo estudo, mas quando o Espírito enche um homem, Ele concede sabedoria para usar e aplicar esse conhecimento de maneira correta”. O líder deve pedir para Deus a sabedoria necessária a fim de conduzir a obra que lhe foi confiada. Sem sabedoria o líder fracassará, não conseguirá desempenhar o seu papel, não saberá aconselhar, dialogar, discernir as coisas espirituais.
Tg 1:5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.
4. Disciplinado: O líder que não é disciplinado estará em apuros. Disciplina é primordial para a vida do líder. Ele deve ser disciplinado em tudo quanto for possível, além de estabelecer algumas obrigações para regerem sua vida. Disciplina envolve todas as áreas: na vida espiritual, disciplina para com a leitura da Palavra de Deus, oração, entre outros; na vida particular, disciplina no seu modo de viver, seu testemunho, seu alvos e planos. Um líder sem disciplina não conseguirá colocar seus projetos em prática, ou apenas começará e não conseguirá terminar ou terminará muito além do prazo estipulado.
5. Coragem: O líder deve ter coragem suficiente para encarar desafios ou tomar decisões difíceis. “Coragem é aquela qualidade de espírito que capacita os homens a enfrentar o perigo, ou a dificuldade, com firmeza e sem depressão mental”. Uma grande vantagem do líder cristão é que ele é templo do Espírito Santo de Deus e isso ajuda-o a ser uma pessoa com coragem e disposição. A coragem do líder se evidencia diante da necessidade de enfrentar fatos ou condições adversas; quando tem de ser firme ou enfrentar oposição; quando se posiciona a favor da justiça e da verdade sem temer ser reprimido, pois é consciente de seu papel e mantem-se firme em seu ponto de vista, se este tem respaldo bíblico, sabendo que sua coragem fará com que a congregação o siga. O líder de coragem aceita os desafios sem vacilar, pois sabe que com ele está o Senhor. Coragem leva a ousadia. Ousadia é fazer coisas diferentes que deixam uma marca na vida da família, das pessoas, da congregação, da comunidade...
6. O Líder Deve Aprender a Obediência: O ato ou efeito de obedecer. Estar sujeito à autoridade legítima de alguém. A Bíblia tem muito a dizer sobre a obediência. O líder deve ser obediente.
Nosso maior exemplo de obediência é o Senhor Jesus Cristo. O Criador do universo e de tudo quanto nele há, foi obediente. Não há exemplo maior! Notemos que nosso Mestre também aprendeu a obediência. Do mesmo modo como nosso Senhor Jesus Cristo, cada um de nós, deve aprender a obedecer. Cristo não somente aprendeu a obediência, mas também praticou a obediência.
Hb 5;7-9 O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem.
1Sm 15:22 Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.
O líder deve fugir de toda forma de desobediência, pois esta pode levá-lo as chamadas oportunidades perdidas, tão bem explicitadas na Palavra de Deus, como, por exemplo, nos casos de pessoas como Moisés (sua experiência na rocha em Meribá, pois ele recebera a ordem de Deus para falar à rocha e desta sairia a água para o povo. No entanto, Moisés feriu a rocha duas vezes. Erro trágico! - Nm 20.7-13); de Saul (Seu erro foi o de oferecer sacrifícios, ofício que somente os sacerdotes poderiam realizar)
7. O Líder Deve Saber Perdoar: Quem não sabe perdoar não está apto a conduzir pessoas. Ninguém é perfeito, por isso, torna-se tão necessário que o perdão seja exercitado. O principal motivo pelo qual nós devemos perdoar àqueles que nos ofenderam é que, em primeiro lugar Cristo nos perdoou (Ef 4.32; Cl 3.13). Para o líder é fator primordial dar o exemplo no ato de perdoar, pois a Bíblia deixa claro que deve haver a necessidade de perdão. Quando se perdoa, nossa obrigação é a de esquecermos do fato, não tocar mais no assunto e vivermos em paz com a pessoa referida (Mt 18.23-35). Nosso Deus perdoou o nosso pecado. Seu perdão foi evidenciado ao mandar Seu Filho para morrer na cruz por nós. Pela morte de Cristo, Deus perdoou os nossos pecados (Jo 3.16; Gl 4.4). O líder que não perdoar, simplesmente é uma pessoa hipócrita, pois se ele foi perdoado por Deus, sem merecer esse perdão, por que é que não pode fazer o mesmo? O saber perdoar é preceito divino.
8. O Líder e o planejamento da obra: O planejamento da obra a ser executada deve ser tido como uma tarefa de suma importância para o líder. Ele deve olhar para o horizonte e verificar as possibilidades e as impossibilidades e, até quem sabe, torná-las possíveis.
Neemias, por exemplo, era um homem visionário e que mesmo distante de sua Terra, pois estava em cativeiro, ao receber a visão de reconstruir as muralhas de Jerusalém não hesitou em obedecer a vontade divina.
9. O Líder deve ter uma vida de oração: Oração é expor ao Senhor nossos sonhos, desejos e necessidades; é comunicar a Deus de maneira simples e objetiva tudo o que desejamos, necessitamos e sonhamos adquirir. A Oração deve advir do desejo da alma em estar em perfeita comunhão com nosso Pai celeste.
“Se existe algo essencial sobre a oração é que ela fortalece o nosso relacionamento com o Pai, Filho e com o Espírito Santo. Por essa razão, orar é mais do que um simples desejo tornando-se é uma extrema necessidade”.
Muitas vezes o líder se encontra sob o peso da responsabilidade da liderança para com seus liderados e isso pode drenar muito de suas forças e energias. Quando tal pessoa encontra-se sobrecarregada com o peso do ministério e as várias circunstâncias que podem estar a sua volta, provavelmente o único meio de vir a aliviar sua tensão é através da oração. A oração deve ser a base para todo líder prosseguir com a execução da obra de Deus. Sem oração não existe liderança.
Mc 1:35 E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
10. O Líder e a Simplicidade: Simplicidade é uma característica que o próprio Cristo demonstrou e com isso ensinou que seus seguidores a praticassem também. A simplicidade evidencia serenidade e equilíbrio ao líder. Um dos grandes exemplos de Simplicidade demonstrado por Cristo foi o lavar dos pés de seus discípulos (Jo 13.1-11), pois Ele não se importou em se diminuir perante eles. O líder deve ser um servo, deve ir de encontro às necessidades dos liderados, pois dessa forma estará livre de orgulho, bem como da arrogância. O verdadeiro líder é uma pessoa prestativa, pois não se coloca como autossuficiente e sabe que não pode confiar em si mesmo; é uma pessoa humilde que conhece suas qualidades, seus dons, seus talentos.
“A Simplicidade é importante para o líder porque as pessoas seguem com mais aquele cuja motivação não é servir a si próprio. Se todos os outros fatores forem iguais, o líder humilde está mais perto de alcançar seus objetivos. Por quê? Porque seu objetivo é beneficiar a todo o grupo, e não o seu engrandecimento pessoal. A alegria do líder humilde provém de ver o grupo caminhar no sentido de atender às reais necessidades do grupo. A liderança que não possui essa qualidade, essa expressão de amor, inevitavelmente perde a credibilidade”
CONCLUSÃO
Neste trabalho pode-se aprender muito sobre como deve atuar o verdadeiro líder designado para executar a obra de Deus e como deve desempenhar sua liderança em meio a comunidade.
O desejo do coração de Deus é formar Cristo em cada filho seu. Os líderes que Ele tem buscado levantar devem dar o exemplo, liderando com prudência, simplicidade, sabedoria, moderação, coragem, esmero, solicitude e, acima de tudo, reconhecendo que sem a ajuda de Deus e da congregação nada se pode fazer. Liderar não é brincadeira. O líder tem de estar caminhando com Deus para conseguir executar a obra que lhe foi confiada.